le Kapital est foncièrement impérialiste : non pas simplement au sens
où il a besoin d'écraser des peuples à sa périphérie, mais il a besoin
d'une périphérie en général, et il a besoin de la pomper, et ce, sans
le dire, i.e. de faire des prélèvements d'énergie où que ce soit dans
le système solaire, dans l'air et dans l'eau, de faire entrer dans son
propre circuit en faisant croire au miracle de la croissance autonome
de ce circuit. Ce qui est frappant, c'est que dans le sens de la
sortie, dans le sens de la jouissance, il va aussi y avoir quelque
chose : la perversion, c'est le détournement par rapport au circuit de
la reproduction.
Jean François Lyotard, seminário, 04/01/1973, publicado em Les Cours de Gilles Deleuze, webdeleuze
In the camp, Guido hides their true situation from his son, convincing him that the camp is a complicated game in which Joshua must perform the tasks Guido gives him, earning him points; the first team to reach one thousand points will win a tank. He tells him that if he cries, complains that he wants his mother, or says that he is hungry, he will lose points, while quiet boys who hide from the camp guards earn extra points.
Guido uses this game to explain features of the concentration camp that would otherwise be scary for a young child: the guards are mean only because they want the tank for themselves; the dwindling numbers of children (who are being killed by the camp guards) are only hiding in order to score more points than Joshua so they can win the game. He puts off Joshua's requests to end the game and return home by convincing him that they are in the lead for the tank, and need only wait a short while before they can return home with their tank. Despite being surrounded by the misery, sickness, and death at the camp, Joshua does not question this fiction because of his father's convincing performance and his own innocence.
Guido maintains this story right until the end when, in the chaos of shutting down the camp as the Americans approach, he tells his son to stay in a sweatbox until everybody has left, this being the final competition before the tank is his. Guido tries to find Dora, but is caught by a soldier. As he is marched off to be executed, he maintains the fiction of the game by deliberately marching in an exaggerated goose-step as he passes Joshua's hiding place.
Lá estava ele, na TVI, depois das imagens pitorescas e antes de um jornalista inexplicavelmente apressado, por enquanto reduzido à função de narrador: o admirador de Churchill que gosta de fingir que o alfaiate do Porto tem loja aberta em Saville Row, passeando riscados claros sobre cores escuras em fatos de casaco assertoado. E dizia ele, o ministro, sim senhor, nas pontas dos pés daquela voz com que nos quer convencer de que é ele o barómetro moral da política portuguesa, afinando um tom british, em plena ex-jóia da coroa, entre os azeiteiros levados de cá: "I'm waiting... to have in India... the portuguese, very, very, very good wine and olive oil. You should prove it." A sorrir cheio de insinuações publicitárias. Lembrei-me logo de outro antigo colaborador do finado Independente (com ou sem "e" no fim?): media ele, no Verão passado, a literacia dos portugueses pela literatura estampada nas t-shirts - iletrados como aquela avó cuja camisola em t declarava "I'm a porn star". Iletrados, portanto, como o ministro anglófilo que tomava "to prove" por "to taste" ou "to try"... mas... espera aí... pensei eu, depois. E se fosse isto material cifrado? E, se quando se diz "sink" por "think", se estiver, de facto, a dizer que se "afunda" e não que se "pensa" - e que, realmente, se é obrigado "a fazer prova" sob a capa de se estar a sugerir ao subcontinente que "prove" o vinho português? Submarinos e ónus da prova? Será que encontrei um código secreto? Um very (very, very, very) "special one"?
"Tenho muito gosto em começar aqui no ginásio. Também é uma metáfora: A economia portuguesa precisa de 'cardio', precisa de tónico, de músculos, precisa de abdominais, que custa um bocadinho mais." Anotai: não só o ídolo dos mercados (das couves) confessa andar, depois dos dentes (e a seguir, irá tratar do animal de estimação do engenheiro Sousa Veloso que lhe morreu na cabeça?), a fazer pelos abdominais (com a nota confessional, em rima, de que lhe custa um bocadito), como, literalmente, letra após letra, afirma o seu gosto pelas metáforas, salientando, mesmo, de que se trata de mais uma - "também é uma metáfora". Qual era a outra? Será preciso dizer mais? Ou vai sem dizer? Salvo seja. Salvar, por salvar, Deus salve a rainha, que está de caganeira.
"Tudo o que até então se jogava no ordenamento dos acessos do espaço real da cidade ou do campo, jogar-se-á amanhã apenas na organização do controlo da condutibilidade das imagens e da informação em tempo real.
Ordenar o espaço-real para controlar o meio ambiente foi, desde a origem do ESTADO-CIDADE e da divisão feudal do território, o objectivo confesso de toda a geo-política; e isto até à implantação definitiva do ESTADO-NAÇÃO. Amanhã, controlar o ambiente contribuirá para realizar uma verdadeoira crono-política, ou antes, uma DROMO-POLÍTICA, na qual desaparecerá a nação, em proveito exclusivo de uma desregulação social e de uma desconstrução trans-política: o tele-comando substiturá progressivamente, não só o comando, a ordem imediata, mas sobretudo a ética (os Dez Mandamentos), como o indica já a criação dessas famosas "comissões de ética" , nomeadamente no campo da genética, e em breve, não se duvide, também noutros domínios, ecológicos, económicos ou estratégicos".
Paul Virilio, A Inércia Polar, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1993, pp. 114-115
Dec. 1, 1955: NAACP member Rosa Parks refuses to give up her seat at the front of the "colored section" of a bus to a white passenger, defying a southern custom of the time. In response to her arrest the Montgomery black community launches a bus boycott, which will last for more than a year
"In the next few hours, history could be made in Palestine. A small number of brave Palestinians will risk attack and arrest to commit a forbidden act -- they will board a public bus.
Lacking their own state, Palestinians are forbidden to use buses and roads reserved for non-Arabs -- part of a host of race-based rules that US President Jimmy Carter has called 'apartheid'".
Afinal, segundo fontes bem informadas, não há nenhuma diferença. Aguardem o próximo passatempo, agora patrocinado pela Laranjada Larangina de Peito. Uma vez mais, a direcção apresenta as suas desculpas por algum incómodo.
Agradecemos ao Instituto do Emprego e Formação Profissional a permissão para publicarmos um excerto do seu divertido folheto "Com o Tempo Passa, Tudo Passa"
Giorgio de Chirico, Portrait prémonitoire de Guillaume Apollinaire. 1914. Oil on canvas. 81.5 x 65 cm. Musée National d'Art Moderne, Centre Georges Pompidou, Paris, France
Una faccia veramente... gai (on dit gai en italien?)
..."è come un teatro primitivo, come un Quadro Vivente: la raffigurazione della faccia immobile e truccata sotto la quale noi vediamo i morti". Roland Barthes, La Camera Chiara, tr. it. Torino, Einaudi, 1980, p. 33.
"On behalf of the American people, I thank Libya for its outpouring of support following the terrible unrest affecting the Muslim world. America will never forget the hundreds of dead libyan citizens who were shot down in solidarity with the U.S.A. in this difficult time. And we will not forget the assistance the libyan Government has given to America, and continues to give, in our common effort to maintain regional status quo. Without your efforts it would have been very difficult to divert international attention way from our protectorate in Bahrain, where the Sunni minority is now achieving peace and stability by any means necessary.
America knows that it can rely on president Gaddafi. Our common traditions, our strong friendship, and our human and material resources make our close partnership one of the world's chief instruments for achieving lasting peace and prosperity in Middle East. We are now joined in a struggle of historic importance. At stake is not just America's freedom and security. This is civilization's struggle. It is the struggle of all who believe in progress and stability, wealth and dominance. We will persevere together. Oil and security will prevail.
Barack W. Obama
(Source: WeakLeak - maybe a prostate problem? A word from our sponsor: VIGAMÁXXIMA)
"I was a Zionist activist in my youth. For me, Zionism meant opposition to a Jewish state. The Zionist movement did not come out officially in favor of a Jewish state until 1942. Before this it was merely the intent of the Zionist leadership. The Zionist movement for a long time stood against the establishment of a Jewish state because such a state would be discriminatory and racist".
"Israel in Global Context", Noam Chomsky interviewed by Ludwig Watzal, Challenge, No. 44, July-August 1997 [June 9, 1997]
Hoje, a minha Justina está de rastos. Eu bem a tinha avisado que aquilo não ficava por ali, que a Dona Ermelinda tinha lá escarrapachado, pra toda a gente ver, um outlook negativo. Mas a minha Justina é toda reinação e é uma miúda bem formada e achou que se pagasse umas bejecas à Ermelinda dos jornais, a que vende lotarias no quiosque, ela começava a ver mais os pontos fortes do negócio e menos os remendos na canalização. Qual o quê! Hoje o pessoal que vinha do quiosque da Ermelinda era só que as meninas da Justina eram tão porcas como as universitárias gregas do Erasmo que fazem uns biscates prá Antonieta zarolha. Ainda pra mais, isto tudo no fim do mês, quando o pessoal vem aqui largar o guito. Estava eu com o Rebelo das obras, a engraxar-lhe o Benfica, que sim, que era uma fartura e que antes cá pra Lisboa que prós facciosos dos tripeiros (que a gente, quando é empresário, diz o que é preciso pra cativar o cliente) e que se fazia assim uma coisa em grande, já este fim-de-semana que vem, pra comemorar o europeu de salão - e os matraquilhos no Chico - mas, vai o Rebelo, que não, que não queria investir nisso, que, se calhar, não, que ainda ia ver, que os rapazes andavam cansados com as obras pró Papa, que o Terreiro do Paço tinha de estar acabado em menos de quinze dias, que o Braga ainda podia dar chatices... E eu a cheirar o ranço daquela merda toda. E digo-lhe assim: punhamos aí as meninas da Justina a noite toda a girarem umas mines, uma música daquelas pum-pum-pum toda às bolinhas, dava-se-lhes mais qualquer coisa e as gajas também davam mais qualquer coisa aos rapazes... E o Rebelo que ainda se ia ver. É pá! Disse logo eu ao Silva cauteleiro: anda aqui intriga da Ermelinda - e o gajo logo que sim, que a Ermelinda, depois da Antonieta, era a malhar na Justina, que aquilo era como os tigres da Malásia, pior que o Sandokan, que era no pescoço do mais fraco, despachava um e passava ao outro e que, depois da Justina, ainda ia ser a vez da Pilar, a espanhola da Pensão Vigo, que eram as leis do mercado e que um tipo não andava aqui pra ver passar combóios e ele até achava que a Ermelinda estava feita com o tipo da Remax, aquele com ar de paneleiro e gravata à BCP, e o que eles queriam era fechar aquilo tudo para depois se fazerem uns condomínios à maneira prós granfinos, daqueles com guardas e tudo, como nas novelas brasileiras. Aí é que está o quiproquó, ó Silva - a merda do busiles, o dedo na ferida. Eu bem avisei a Justina do outlook negativo, mas ela não, que não, que ia a falas com a Ermelinda e ia correr tudo bem. Até se pôs em cima do balcão e, de mine na mão, disse assim como quem vai apresentar um fadista de quem nunca ninguém ouviu falar: caros clientes, que são mais que amigos, são como família. (Houve uma balbúrdia de aplausos e de assobios e de bocas prá geral). E ela, embalada: amigos, vizinhos, gentes do meu coração, para que não haja dúvidas e ninguém fique a matutar, digo-vos aqui, d'alma escancarada e coração nas mãos, que a Albertina, apesar de não ter sido ela a pegar os chatos ao Manel da Famel, já foi posta na rua, porque ia lá pra trás mexer nos tomates do Carlos servente, que é um porco e só lhe pagava o que queria, quando queria e nós nunca víamos nada. A malta toda a aplaudir e eu mesmo ali a ver que aquilo já não era suficiente para acalmar a Ermelinda: era pouca coisa e tarde de mais. Por isso, quando, hoje de manhãzinha, me vem a Justina toda chorosa da padaria, a dizer que aquela puta da Ermelinda a tinha descido dois lugares no ranking e que ainda lhe tinha dito ó Sôdona Justina não fique assim, que ainda está muito bem colocada pra lhe mandar pra lá uns marinheiros turcos e uns rapazes ucranianos que estão ali a pôr um pládur no café do Senhor Sousa e que ela só não lhe foi às fuças porque, depois, é que nem aos reformados da Recreativa a Ermelinda recomendava o estaminé, quando ela me chegou neste estado, eu só lhe disse, ó Justina, faz-me aqui um broche, pra não ir assim prá casa de banho lavar a tromba. Mas, eu, o que queria, mesmo, dizer-lhe era: olha, filha, põe-te mas é a pau, que o outlook continua negativo e ainda vais pelo mesmo caminho da Antonieta zarolha e olha que vais de carrinho, nem que faças uma remodelação geral ao estaminé, lavabos incluídos e toalhinhas de turco grosso mudadas todos os dias. E a Justina fez-se ao pau, mas foi ao meu, e a Ermelinda não se vai ficar por aqui. Esperem pra ver e escrevam aí na agenda que fui eu quem vos disse - que eu, quando falo não é prá piça, por isso escrevam nas agendas, não ponham os colhões a gravar.
Reconstituição das páginas da edição angolana do primeiro caderno do semanário Sol de 12 de Fevereiro de 2010 que por cá andam esquivas, segundo afamado especialista estrangeiro em arqueologia industrial (que pediu anonimato: diz que não gosta de chocos com tinta)
A PARÁBOLA DO JUIZ E DA JORNALISTA
- A JORNALISTA O sôtor não acha que o primeiro valor de uma sociedade democrática é a liberdade de expressão?
- O JUIZ (do Norte) Não.
- A JORNALISTA ... a liberdade de pensamento?
- O JUIZ (do Norte) Não.
- A JORNALISTA ...a liberdade de opinião?
- O JUIZ (do Norte)
Não. Não. O primeiro valor é o direito à vida. E deixemo-nos de coisas, porque eu já ouvi dizer... que é... O único valor, o primeiro valor, o único valor que não tem limitações, em algumas sociedades, porque tem, por exemplo, nos sítios onde há pena de morte, é o direito à vida e à integridade física...
"We hear a lot about Palestine now; it does not appeal to us. Anyone who goes there exchanges nationalism and narrowness for nationalism and narrowness. Also it is a country for capitalists".
Diários de Viktor Klemperer, entrada de 9 de Julho de 1933
"E, pensando melhor, nem é isso o que eu desejo: quero é viver o suficiente (que, pelo modo como as coisas vão, não pode ser muito) para que continue a haver salas escuras, onde as luzes se apaguem e o écran se acenda, até, depois da insignia da Republic, vermos (muitos) as letras brancas do genérico inscreverem-se sobre o plano dum vale selvagem, em vero trucolor."
João Bénard da Costa (1935-2009), Johnny Guitar (1954), folha da Cinemateca para as sessões de 18 e de 19 de Julho de 1985.
"Hitler Chancellor. What, up to election Sunday on March 5, I called terror, was a mild prelude. Now the business of 1918 is being exactly repeated, only under a different sign, under the swastika. Again, it's astounding how easily everything collapses. What has happened to Bavaria, what has happened to the Reichsbanner, etc. etc.?
Eight days before the election the clumsy business of the Reichstag fire -- I cannot imagine that anyone really believes in Communist perpetrators instead of paid [swastika sign] work. Then the wild prohibitions and acts of violence. And on top of that the neverending propaganda in the street, on the radio, etc. On Saturday the fourth, I heard a part of Hitler's speech from Konigsberg. The front of a hotel at the railway station, illuminated, a torchlight procession in front of it, torchbearers and swastika flag bearers on the balconies and loudspeakers. I understood only words. But the tone! The unctuous bawling, truly bawling, of a priest. ---
Yesterday the dramaturge Karl Wolf dismissed "by order of the Nazi party" -- not even in the name of the government -- today the whole Saxon cabinet, etc., etc. A complete revolution and party dictatorship. And all opposing forces as if vanished from the face of the earth. It is this utter collapse of a power only recently present, no, it's complete disappearance (just as in 1918) that I find so staggering. Que sais-je?"
March 10, 1933
Diários de Viktor Klemperer, entrada de 10 de Março de 1933
'There he is, up to his neck, Jabotinsky, up with the leaders of the intellectual west? You didn't ever even get to where the Greeks were with their ethical & political debate, when yeer crowd were barely straggling back from Babylon, all misery & grudges, weren't they well shut of ye. Where's your Legal Title? What's this it says? Deuteronomy ch.20? Joshua ch.10 vv.28-42. You despise & slander the writings of the New Testament, yet you cite as your title to other people's land a rabid fairytale written down 700 years after the events it purports to describe? And you say your values are western? Your last two civilised rabbi emissaries, despatched to inspect the locale after the 1897 Zionist Congress in Basel reported back: "the bride is beautiful, but she is married to another man." Viktor Klemperer the Dresden Diarist wrote in 1934: the Nazis got their stupid Blut und Boden romanticism from ye.'
Rembrandt, "A Noiva Judia", c. 1667, Rijksmuseum, Amsterdam
As in the scriptural story itself, the precise location of the promised land remained vague, and for a time the desert lands of Arab Palestine seemed too far a stretch for the imagination. Alberto Gerchunoff was one of the pioneering Zionists who fled the steppes of Russia for the pampas of Argentina, to help found there, with earnest Argentine government encouragement, the Jewish settlement of "Moisesville." "Argentina is the Promised Land reached after a New Exodus," he declared in his book Los Gauchos Judios (The Jewish Gauchos of the Pampas). "Here, in Argentina," he exulted, "we will work hard, we will eat the bread made with our own wheat, and will be farmers like the old time Jews, the ones in tne Bible." If Palestine seemed too alien for these Europeans, it also brought with it another problem: it was already inhabited, by an Arab population of hundreds of thousands of people whose families had lived there for centuries. The small community of Jews who already resided in Jerusalem, like the more sizable Jewish enclave in Baghdad, had long ago made its accommodations with Arab culture and strongly opposed Zionist pretensions that might, in arousing Arab antipathies, threaten their relatively stable existence. In the early years of the Zionist movement, two rabbis from Vienna were sent on a scouting mission to Palestine to estimate the possibilities of creating a Jewish state there. The rabbis wired back, "The bride is beautiful but she is married to another man." But for the more zealous, and focused, Zionists, this was no fatal obstacle. After all, in the very same chapter of Genesis in which the Lord first calls Abraham to the promised land, there is the explicit acknowledgement that "the Canaanite was then in the land." Nevertheless, the Lord immediately thereafter appears to Abraham and declares to him, "Unto thy seed will I give this land." In the next chapter the sequence is repeated, and elaborated. "And the Canaanite and the Perizzite dwelled then in the land." And the Lord said to Abraham, "Lift up now thine eyes, and look from the place where thou art northward, and southward, and eastward, and westward: for all the land which thou seest, to thee will I give it, and to thy seed forever." The biblical message could not be any clearer: the imagined land took precedence over the inhabited land.
O tipo ser arrogante e oportunista, é como o outro: paciência, sinais dos tempos... Pensavam os meus amigos que os tachos, as chulices, os canudos porque sim, as universidades da treta, o carreirismo, as exorbitânciazinhas dos poderezinhos, eram só para os tugas sem responsabilidades políticas - ou que eram só para aqueles tais de yuppies lá dos oitentas? Ná! Somos todos culpados - ou vivemos numa caixa de cartão na Arcada do Terreiro do Paço (o que , também, não nos redime, necessariamente - podemos, então, ser apenas yuppies incompetentes). Portanto, lá isso da arrogância ignorante de um carreiristazito bem sucedido, a transpirar cagança por todos os poros, já não me incomoda. O que é grave é o golpe de Estado. Sim, a subversão do regime: então não é que o medíocre personagem se prepara para se perpetuar no poder, quer a gente queira ou não queira? Ou, nas palavras do coiso:
"Estou aqui para dizer, aos Senhores jornalistas e aos Portugueses, que não é desta forma que me vencem."
Então se não é desta, ou de qualquer outra forma, que os portugueses o vencem, como é que o gajo sai de lá? Não é a expressão da vontade dos portugueses a utopia da democracia nacional? Se não é a vontade dos cidadãos de Portugal que tira os políticos eleitos dos respectivos cargos onde esses mesmos cidadãos os puseram, quem é que os tira de lá? E, reparem bem, a coisa não diz que é este ou aquele português, estes ou aqueles grupos da sociedade tuga. Não: diz "os portugueses". São os portugueses que não a "vencem" (à coisa), pelo menos "desta forma" - bonita arrogância esta, em que um tipo determina as "formas" pelas quais pode ou não ser "venc[ido]". Imaginemos que o tipo perde as eleições: já o estou mesmo a ver, que não, que não sai, que os portugueses lhe tiraram o rico tachinho, onde (alegadamente!) comia ele, a família e os amiguinhos todos, por via de negras campanhas e que assim não, assim não sai. Vem aí a ditadura - e, agora, deixará de ser molemente dissimulada. Vejam vocês mesmos, confrontando o vídeo anexo. E, depois, não digam que eu não vos avisei.
(Ocorreu-me, assim de repente, como uma insinuação incómoda, que o socrático cretino pode estar a querer dizer outra coisa, espantosamente honesta, desta vez, mas dissimulada (socríptica?): que não serão nem os "jornalistas" (portugueses), nem os "portugueses" que "desta forma" o "vencem" - porque serão os ingleses, as suas cartas rogatórias e, porventura, os tablóides, quando não um couraçado no Tejo... Às armas!)
King Champ Gillette (1855-1932), World Corporation, Boston, New England News Company, 1910: "Man Corporate"
Under a perfect economical system of production and distribution, and a system combining the greatest elements of progress, there can be only one city on a continent, and possibly only one in the world. There would be outlying groups of buildings in different sections of the country for the accommodation of those who were, for limited periods, in the field of labor, and also others that would be occupied as resorts of pleasure in season; but the great and only "Metropolis" would be the home of the people. Having this idea in view, the location of the great city requires thoughtful and careful consideration, it being, in fact, the heart of a vast machine, to which over the thousands of miles of arteries of steel the raw material of production would find its way, there to be transformed in the mammoth mills and workshops into the lifegiving elements that would sustain and electrify the mighty brain of the whole, which would be the combined intelligence of the entire population working in unison, but each and every individual working in his own channel of inclination.
For many reasons I have come to the conclusion that there is no spot on the American continent, or possibly in the world. that combines so many natural advantages as that section of our country lying in the vicinity of the Niagara Falls, extending east into New York State and west into Ontario. The possibility of utilizing the enormous natural power resulting from the fall, from the level of Lake Erie to the level of Lake Ontario, some 330 feet is no longer the dream of enthusiasts, but is a demonstrated fact. Here is a power, which, if brought under control, is capable of keeping in continuous operation even manufacturing industry for centuries to come, and, in addition supply all the lighting;, facilities, run all the elevators, and furnish the power necessary for the transportation system of the great central city....
The manufacturing industries of "Metropolis" would be located east and west of Niagara River in Ontario and New York. The residence portion of the city would commence about ten miles east of Niagara River and Buffalo; and from this point to its eastern extremity, which would include the present city of Rochester in its eastern border, the city would be sixty miles long east and west, and thirty miles in width north and south, lying parallel with Lake Ontario, and about five miles from it.
King Champ Gillette, The Human Drift, Boston, New Era Publishing Co., 1894. Reprint: Delmar, N.Y., Scholars' Facsimiles & Reprints, Inc., 1976, pp. 88-112.
One of the richest and most eminent American merchants, a certain Edward AlbertFilene, Vice-Chairman of the International Congress of Chambers of Commerce, is now touring Paris, Berlin and other big European centres to make personal contact with the most influential people of the commercial world.
At the banquets arranged, as is fitting, by the richest people of Europe in honour of one of the American rich, the latter is developing his “new” ideas on the world power of the merchant. Frankfurter = Zeitung,[1] the organ of German finance capital, reports in detail the ideas of this “advanced” American millionaire.
“We are experiencing a great historic movement,” he proclaims, “that will end in the transfer of all power over the modern world to representatives of commercial capital. We are the people who bear the greatest responsibility in the world and we should, therefore, be politically the most influential.
“Democracy is growing, the power of the masses is growing,” argued Mr. Filene (rather inclined, it seems, to regard those “masses” as simpletons). “The cost of living is rising. Parliamentarism and the newspapers, distributed in millions of copies a day, are providing the masses of the people with ever more detailed information.
“The masses are striving to ensure for themselves participation in political life, the extension of franchise, the introduction of an income-tax, etc. Power over the whole world must pass into the hands of the masses, that is, into the hands of our employees,” is the conclusion drawn by this worthy orator.
“The natural leaders of the masses should be the industrialists and merchants, who are learning more and more to understand the community of their interests and those of the masses.” (We note in parenthesis that the cunning Mr. Filene is the owner of a gigantic commercial house employing 2,500 people, and that he has “organised” his employees in a “democratic” organisation with profit-sharing, etc. Since he considers his employees hopeless simpletons, Mr. Filene is sure that they are completely satisfied and infinitely grateful to their “father-benefactor” ....)
“Wage increases, the improvement of labour conditions, that is what will bind our employees to us,” said Mr. Filene, “that is what will guarantee our power over the whole world. Everybody in the world who is at all talented will come to us to enter our service.
“We need organisation and still more organisation—strong, democratic organisation, both national and inter national,” the American exclaimed. He called upon the commercial world of Paris, Berlin, etc., to reorganise international chambers of commerce. They should unite the merchants and industrialists of all civilised countries in a single, mighty organisation. All important international problems should be discussed and settled by that organisation.
Such are the ideas of an “advanced” capitalist, Mr. Filene.
The reader will see that these ideas are a paltry, narrow, one-sided, selfishly barren approximation to the ideas of Marxism propounded over sixty years ago. “We” are great masters at upsetting and refuting Marx; “we”, the civilised merchants and professors of political economy, have refuted him completely!... And at the same time we steal little bits and pieces from him and boast to the whole world of our “progressiveness”....
W. [V. I. Lenine], "The Ideas of an Advanced Capitalist", Rabochaya Pravda, No. 4, July 17, 1913. Tradução de George Hanna, Lenin Collected Works, Moscow, Progress Publishers, 1977, volume 19, pages 275-276.
"We are watching the rebirth of colonization and a colonial mentality of a new type represented by the ‘human rights’ brigades and their friends in Le Monde and Libération, of which the war in Iraq and the failure of the West to force Israel to retreat from its colonial positions are good examples. And tied to that is the process of neo-liberalism and the neo-liberal economy, which makes democracy itself into a very hollow shell"
Relatório e contas da construção do novo ramal Sul e respectivos apeadeiros
Orazio Gentileschi, "Danaë", c. 1621: "Desde os gregos, vai para mais de vinte cinco séculos, se sabe que o divino é meta-existente - quer dizer, está para lá da existência, transcende-a. (...) Por muito que nos custe, Deus não orbita: exorbita. Uma exorbitância completamente fora do alcance da nossa bolsa e dos basbaques da nossa ciência." (Eng. ferroviário César Augusto Dragão Lopes da Silva, "Exorbitância", Dragoscópio, 5 de Maio de 2008). Foge daí, Danaë filha, que o gajo vai com o corpo celeste fora de órbita e ainda levas com ele! Não! Não ponhas a mão! (Bom. Está bem... Ao menos deixa a boquinha fechada...). Não é por acaso que a indústria lhe chama o "money shot"...
"Most religious buildings today are intended for congregational worship, where groups of people get together on a regular basis to celebrate their god and receive spiritual comfort. Ancient Greek temples were rarely used this way. They were meant to serve as homes for the individual god or goddess who protected and sustained the community. It was the needs of the gods that were most important. They controlled the forces of nature— the sun and rain which nourished their crops and the winds which drove their ships. Although generally benevolent, the gods could be quite capricious and were liable to turn against the community— so it was in everyone's interest to make sure that they should feel completely at home. Their houses were the finest, equipped with a staff of servants to look after their every need. They received daily offerings of food and drink along with a proper share of the harvest and the profits of any trading or military activity.
The god or goddess was represented by a cult image— usually a seated or standing statue— which occupied the central place in the temple".
Picolho de choque superiormente dirigido para a porrada na Terra Santa
"Este Des-ligar das pessoas consiste numa guerra permanente, envenenadora e insidiosa sobre tudo o que possa congregá-las ou re-ligá-las. Daí, entre outras, a campanha devidamente orquestrada e premeditada contra a "re-ligião". Porque estorva e dificulta a "des-ligião". É neste enquadramento que se situam todos os quistos efervescentes de propaganda artificialmente empolada e superiormente dirigida, como são, por exemplo, as organizações LGTB ou as Ligas de Frenéticos e Convulsionários Ateístas. São tropinhas de choque do mercado e da indústria, autómatos-biscateiros programados e segregados pela coligação 'super-apta'".
Eng. César Augusto Dragão Lopes da Silva, "Metapredação", Dragoscópio, 4 de Maio de 2008.
Convulsionários ateístas à bordoada no Santo Sepulcro, em Jerusalém, na Terra Santa
Just as Jean Baudrillard long ago warned, the hyperreal, simulational world of derivatives, credit swaps, and mortgage backed securities long ago blasted off from material reality, reaching escape velocity, and then orbiting the world as star-like high finance satellites -- purely virtual satellites which have no real meaning for the rest of us as long as they stay in space as part of the alienated, recursive loops of advanced capitalism. But when the meltdown suddenly happens, when that immense weight of over-indebtedness and toxic mortgages and credit derivates plunge back into the gravitational weight of real politics and real economy, we finally know what it is to live within trajectories of the catastrophic. Economists are quoted as saying the financial crisis effects "everyone on earth." Is this Virilio's "global accident?" Quite certainly it is panic finance: that moment when the credit mechanisms necessary for capitalist liquidity slam shut, a time made to measure for Virilio's brilliant theory of bunker archeology, with each bank its own toxic bunker of junk assets, each banker a born again socialist. For example, always vigilant automatic circuit breakers working in the darkness of night recently prevented a global plunge of the futures market. Allan Greenspan throws up his hands, exclaiming "I'm in shocked disbelief."
Et si vraiment Dieu existait/Comme le disait Bakounine/Ce Camarade Vitamine/Il faudrait s'en débarrasser
"When I was young, God was dead and the world was a happy place. Now, God is back and the world is miserable (...). Let's Kill God Again". Dave Graney (Dave Graney & the Lurid Yellow Mist) , apresentando a canção Let's Kill God Again, na primeira parte do concerto de Nick Cave & the Bad Seeds, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, dia 21 de Abril de 2008 (citado de memória).
"I don’t believe in an interventionist God But I know darling that you do But if I did I would kneel down and ask Him Not to intervene when it came to you" Nick Cave, Into My Arms
"Barone: ¿Y que opina de Dios, Borges?
Borges: (Solemnemente irónico) ¿Es la máxima creación de la literatura fantástica! Lo que imaginaron Wells, Kafka o Poe no es nada comparado con lo que imaginó la teología. La idea de un ser perfecto, omnipotente, todopoderoso es realmente fantástica." Jorge Luis Borges em conversa com Ernesto Sabato (1974-75),Orlando Barone (org.), Diálogos / Jorge Luis Borges, Ernesto Sabato, Barcelona, Emecé, 2002.
"Nadie rebaje a lágrima o reproche esta declaración de la maestría de Dios, que con magnífica ironía me dio a la vez los libros y la noche." Jorge Luis Borges, Poema de los dones, publicado em El Hacedor, 1960