Heterologias

segunda-feira, outubro 01, 2007

 

A pequenina e os pepinos / Tender Pussy / Ratitas Chiquititas

Retrato de Ethel Hatch, com 9 anos, pelo Reverendo Charles Dodgson (1832-1898)

"Her admirers - middle-aged men and clergymen - respond to her dubious coquetry, to the sight of her well-shaped and desirable little body"...



Wee Willie Winkie

The owners of a child star are like leaseholders - their property diminishes in value every year. Time's chariot is at their back; before them acres of anonymity. What is Jackie Coogan now but a matrimonialsquabble? Miss Shirley Temple's case, though, has peculiar interest: infancy is her disguise, her appeal is more secret and more adult. Already two years ago she was a fancy little piece (real childhood, I think, went out after "The Littlest Rebel"). In "Captain January" she wore trousers with the mature suggestiveness of a Dietrich: her neat and well-developed rump twisted in the tap-dance; her eyes had a sidelong searching coquetry. Now in "Wee Willie Winkie," wearing short kilts, she is completely totsy. Watch her swaggering stride across the Indian barrack-square; hear the gasp of excited expectation from her antique audience when the sergeant's palm is raised; watch the way she measures a man with agile studio eyes, with dimpled depravity. Adult emotions of love and grief glissade across the mask of childhood, a childhood skin-deep. It is clever, but it cannot last. Her admirers - middle-aged men and clergymen - respond to her dubious coquetry, to the sight of her well-shaped and desirable little body, packed with enormous vitality, only because the safety curtain of story and dialogue drops between their intelligence and their desire. 'Why are you making Mummy cry?' - what could be purer than that? And the scene when dressed in a white nightdress she begs grandpa to take Mummy to a dance - what could be more virginal? On those lines her new picture, made by John Ford, who directed "The Informer," is horrifyingly competent. It isn't hard to stay to the last prattle and the last sob. The story - about an Afghan robber converted by "Wee Willie Winkie" to the British Raj - is a long way after Kipling. But we needn't be sour about that. Both stories are awful, but on the whole Hollywood's is the better.

Graham Greene (1904-1991), "Wee Willie Winkie", Night and Day, 28 October 1937



Cartaz para Wee Willie Winkie (1937), de John Ford

LINHA ALERTA INTERNETA SEGURA: chamem a polícia

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Comments:
Mais giro nisso, na estetização platónica do gostinho até nem é o destes exemplos.

Estou-me a lembrar de um patusco, envolvido no caso Casa Pia que também disse na tv que não era para mais nada. Apenas tinha uma sensibilidade estética por esta beleza e por isso ia fotografar os putos ranhosos nos bairros pobres.

ehehe

Está claro que pedofilia é um acto. Não é um desejo. E isso é válido para net e para tudo o resto.

Pela mesma razão é que há batota em se colocar no mesmo pé de igualdade a mera palavra xenofobia.

O que é xenofobia virtual? o que é racismo virtual?
O que é discriminação a homossexuais virtualmente?

Resposta: o que se quiser. Basta importar a semãntica e fazer uma tradução imbecil da palavra hate por ódio.

Como se um mero desagrado ou uma crítica a lobbie judaico ou uma boa sátira de Gil Vicente fossem sempre e apenas manifestações de ódio.

Era aqui que queria chegar. Diferença entre um acto reconhecível como tal e sem ser com mais nada: ir ao cu a um menino; e palavras politicamente correctas onde cabe o que bem se entende para terraplanar e relativizar os valores. Para silenciar e formatar as cabeças .Para retirar liberdade às pessoas.
 
Este comentário foi removido pelo autor.
 
E many thanks por me teres possibilitado dizer isto sem ter precisado de fazer post

eheheheh

Beijoca, afilhado
":OP

(os links eram excelentes)
 
ehehe

Mas vais mesmo bem nestas escolhas. Isto troca as voltas. Tens toda a razão, o que importa é baralhar e voltar a dar. É precisamente o que eles fazem.

Fico à espera do seguimento. Tinha piada se depois de tanta gritaria ainda acabava a linkar-te

ehehehe
Tapava-se o Botto e marchava
":O))))
 
(Agora, onde é que começam os actos? Num poema? E, se sim, só começa o acto de pedofilia e não começa o de xenofobia? Dizer "gosto de ir ao cu a fedelhos" (e qual a idade do fedelho?) é diferente de dizer "não gosto de pretos e não os quero aqui" ou "gosto de matar paneleiros ao entardecer"? Isto é menos "acto" do que aquilo? É isto que interessa, sem dúvida: baralhar - e, se calhar, voltar a dar)

A seguir, vêm aí o cereais killers (os Kellogs e outros utopistas do Niágara - sabias que "Metrópolis" é o título de uma ficção oitocentista de utopia capitalista passada junto ao Niágara, numa sociedade benevolamente conduzida pelos patrões? Coisas de cereais. O Lang escureceu o tema. Estou a divagar: serial killers coming soon). Beijocas, madrinha.
 
Tens razão. Não consigo sustentar o que disse reportando-o para o efeito concreto: a linha da denúncia na blogosfera.

O meu erro foi esse. Misturei duas questões por uma tremenda embirração com esse poema.e acabei por esquecer que ele só fazia sentido aqui por causa dessa salganhada da linha da dnúncia.

Mas a tua resposta com o serial killer também não ajudou. Porque entraste no mesmo registo- tiveste de colocar a questão fora da denúnica- passaste-a para níveis de tolerância.

Foi aí que nos espalhámos

ahahahaha

(ou estavas à espera que eu ainda ficasse agora aqui sozinha no chão

ehehehe)

beijoca, adiantado mental de afilhado
":O)))

Não sabia essa história do Lang estás a brincar ou é mais uma casca de banana?
 
A propósito: aquela das ratitas chiquitas está de se morrer a rir.

Mas vais continuar a série chegar a todos?

Chegar a todos e deixar tudo ainda mais baralhado era genial.
 
Quando disse voltar a dar era no sentido de deixar destapado o que é dado.

Neste caso, depois de baralhares não precisas de dar, claro. Giro é por-se à prova que naquela puta de linha pode lá entrar tudo e o seu contrário.

Mas eles trabalham com estatísticas (nem que seja o simples efeito da propaganda e da boa-fé) por isso esperam resultados da própria propaganda em que se inscreve aquele "serviço público".

Faltam-me é mais dados acerca das organizações e lobbies, como vem no post do Dragão.
 
Aquela linha da denúncia tem um erro que não se ultrapassa apenas com estas variantes de leque do que querem dizer as palavras.

O erro está em confundir o que é denúncia de site de pedofilia com qualquer coisa como a tal treta dos atentados à constituição que se ficam por "manifestações de ódio" ou incitamento a ódio.

Para mim é aqui e daqui que parte tudo.

E nem foi preciso a linha para se fazer passar o engano.
Por isso é que tenho uma ideia diferente de ti daquilo que constitui a novilíngua.

Pega-se no fio à meada e nada disto é aleatório. Nem tem nada o mesmo peso e muito menos os seus lobbies.

Existem lobbies de combate à pedofilia?

Resposta_ não. Nem tal questão precisa de lobbie porque um lobbie serve sempre para ganhar terreno para o seu lado, ainda que se apresente como combate a coisas muito bonitas. Revestido das causas mais purinhas e "civilizadas".

Penso que o ponto charneira é este. A semântica e a linguagem podem dar e baralhar. Mas partem deste pressuposto, têm uma lógica e uma marcha global. Podem apresentar-se aleatórias mas não é aleatório o fundamento. Quanto mais não fosse porque nada disto é de graça nem apolítico. É cavalo de troia.
 
Nem de propósito. Lido mesmo agora no Dragão, a propósito do hate mail que o JPP denunciou:

«Ora, isto não reflecte apenas um velho esquema da agit/prop, sempre viçoso e remaquilhado: reflecte uma mentalidade reinante. Que se traduz por uma lei principal: a impunidade do ódio é directamente proporcional ao alcance.
Não é por acaso que as minorias se apoderaram dos megafones. Para que a verdade ficasse refém da algazarra.
»

Era isto que queria dizer. Chapadinho.

Por isso é que existe discurso e megafones e agit prop. Não existe apenas o baralhar "politicamente correcto" da linha da denúncia. Ou. se existe, ele também está ligado aos megafones. E esses têm poder. Vêm também de poder, mesmo (ou precisamente) quando esse poder também deriva de núcleos de minorias.

A pedofilia é macguffin. Bota aí que esta é a minha teoria.
 
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