Madrinha, o
pensador já cá canta: agora, já só me falta a beijoca (cf. infra). Olha a coisa mais linda: na cristaleira, com a mãozita na testa! (Está a pensar: é como eu... sempre com a cabecita a andar às voltas).
Etiquetas: coleccionismo, ebay, mass consumption, Rodin
Agora e na hora do antifascismo, resta-me desejar a todos os meus ilustres camaradas-pavões de ofício cinematográfico, de quem sempre disse horrores, não por empenho missionário mas por mero desabafo de rotina, que consigam, com a queda do miserável regime que os vitimou, expulsar a profunda imbecilidade dos filmes que fizeram e reencontrar, enfim, aquilo que, durante a asfixiante opressão, nunca deram mostras de possuir: dois dedos de imaginação, uma pitada de inteligência, um nadinha de subtileza e delírio, uma nesga de rigor poético.
(...) É preciso afiar, quanto antes, o dente cinematográfico para que o cinema seja capaz de triturar, digerir e cagar realidade. Só assim poderá ter uma função transformadora. Se o cinema não correr mais veloz que a realidade, corre o risco de a subjugar como um pálido reflexo. Estou profundamente convencido que, infelizmente, esse cinema neoparasitário será o cinema dominante na sociedade portuguesa como, aliás, sempre foi, aqui e em toda a parte.
O meu drama é que fui dado como incapaz para todo o serviço militar e não sei muito bem se, disciplinadamente, me devo colocar atrás ou à frente dos canhões. Uns tipos da política já me explicaram que é consoante: sempre atrás, na Metrópole, sempre à frente, nas colónias. Pelo sim, pelo não, acho que vou ficar agachado, que é como sempre estive e hei-de estar. A única diferença é que agora conheço (mal) uns tipos que já se desmarcaram para postos de comando e que, curiosamente, já me pareciam um tanto bichosos e bem nutridos, no regime anterior. Terei de cortar rapidamente relações com essa gentalha que, em moldes mais perigosos e delicados, se prepara para continuar a sugar as desgraçadas peles dos famélicos deste país. Acredito piamente na dialéctica da devoração e na impossibilidade de se construir um país habitável, enquanto houver quem coma e quem é comido.
João César Monteiro, "O Pequeno Papelinho que (...)", O Cinéfilo, nº 33, 25 de Maio de 1974. Republicado no catálogo João César Monteiro, s.l., Cinemateca Portuguesa, s.d. [2005], pp. 514-515* Entrevista aos Cahiers du Cinéma, nº 541, Dezembro de 1999. Traduzida e republicada em João César Monteiro, s.l., Cinemateca Portuguesa, s.d. [2005], pp. 436-446Etiquetas: 25th April, Aliment, Cinema, Dialectics, Film, João César Monteiro, Predation, Scatology
"Three days after
Munich, Israel ordered a bombing which required the use of some 75 Israeli aircraft (the largest attack since 1967). Their bombings of Palestinian refugee camps in Syria and Lebanon resulted in the killing of more than 200 civilians. And this is not because the Israelis were after a camp north of Sidon that was used for training the Munich attackers. That camp was not even hit (another sign that Israelis had no information about the real culprits of Munich) while other camps with civilians in them were bombed."
"September 9 : Israeli war planes attack Arab terrorist bases in Syria and Lebanon in retaliation for the Munich Olympic massacre. Three Syrian jets are shot down over the Golan Heights. The UN Security Council adopts a resolution calling for an end of military operations by "the parties concerned." A U.S. resolution deploring the
München massacre is not considered."
Etiquetas: Camps, Colonialism, Death, Film, Genocide, Holocaust, Middle East, Munich, Racism
A nossa madrinha de guerra mandou-nos uma
camisola de lã, tricotada por ela, e uma cartinha cheia de amabilidades, que muito lhe agradecemos. Muita saúde para ela e para o rato ligeiramente handicapado é o que lhe desejamos.
Etiquetas: Amor de Mãe, Angola 62, Cibernética, coleccionismo, vintage clothing
Fritz Lang, The Secret Beyond the Door, 1948PL - Mais c'est quoi, le contrechamp ?
JLG - Le contrechamp de la maladie, pour les médecins, c'est le médicament. Pour moi, c'est une tendance, puis une tendance contradictoire. Mais dans contradiction, les gens n'entendent qu'un mot, et non pas deux : contre-diction. Il y a trente ans, je me suis mis au tennis parce qu'on me renvoyait la balle. Je ne joue plus.
PL - Vous voyez des médecins ?
JLG - Quand je vois deux médecins, j'essaie de les faire se confronter face à la maladie, pour qu'il y ait retour, mais c'est impossible.
PL - Comme dans Molière ?
JLG - Pire que dans Molière. Ils ne se rencontrent même pas. C'est comme faire parler Luther et Calvin.
Entretien de Godard avec Philippe Lançon, quatre heures est une discussion à bâtons rompus et une visite de l'exposition débutée le 10 mai 2006. Libération, Mercredi 12 juillet 2006Etiquetas: Cinema, Dialectics, Disease, Film, Godard, Medicine, tennis
Photography by Armin T. Wegner (1886-1978) © Wallstein Verlag"On the way my father died. Four women came, took him by the feet and hands, carried away and threw him into a pit, which was dug beforehand. I saw it with my own eyes. They also threw into that pit those who were very sick, but were still alive, or they stabbed them with a sword, and threw them into it. Blood flowed everywhere. Is it possible to forget all this? I remember: there were large swarms of locusts flying in the air. They were so hungry that some ate locusts, others ate cow's blood" (Tagouchi Antonian, 1900 Bitlis).
Etiquetas: Death, Genocide, Holocaust, Racism